Os vinhos de corte (blend ou assemblage em Inglês e Francês, respectivamente) são vinhos que foram produzidos a partir da união de duas ou mais qualidades diferentes de uvas, com o objetivo de acentuar e enriquecer os aromas e sabores dos vinhos – alguns exemplos de castas comumente utilizadas são a Merlot, usada para dar ao vinho um aroma melhor e torná-lo mais fresco/ suave e as Cabernet Franc e Cabernet Sauvignon, para dar estrutura ou concentrar os taninos.  Além de acrescentar sabor e aroma ao vinho, esta técnica pode ser utilizada para tornar a coloração de um rótulo mais intensa. Este procedimento deve ser feito minuciosamente, por enólogos sensíveis, experientes e profundos conhecedores desta arte, pois qualquer desequilibrio durante o processo de mistura pode estragar completamente a experiencia do vinho, sendo uma das técnicas mais complexas de produção de vinho.

Há duas principais maneiras de se produzir vinhos de corte: utilizando castas da mesma safra ou de safras diferentes.

As misturas geralmente são feitas em tanques de aço. Os produtores escolhem como e onde armazenar os vinhos durante seu processo de envelhecimento, sendo alguns depositados em barris de carvalho no processo, outros apenas duas semanas antes do engarrafamento e ainda há alguns que tentam deixar os vinhos fermentarem juntos do início ao fim.

Alguns cortes mais famosos do mundo são:


Corte Australiano

Combinando, com maestria, as uvas Shiraz e Cabernet Sauvignon, esta técnica resulta-se num vinho delicioso, com taninos agradáveis e muito frutado. Nascido na Austrália, conquistou o coração de apreciadores de todos os países do mundo.

Confira alguns rótulos com este corte:


Corte Bordalês

Essa combinação forma o famoso vinho francês de Bordeaux, com sabores e características equilibradas e inesquecíveis. O corte bordalês é tão apreciado que a mistura já é reproduzida em outras regiões produtoras do mundo, como Austrália e Califórnia nos Estados Unidos.

Confira alguns rótulos com este corte:


Corte em Champagnes

Como o próprio nome indica, os Champagnes, da região também francesa de Champagne, produz espumantes gloriosos e apreciados mundo afora. Em sua composição podem-se utilizar até três castas: Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meaunier, sendo os espumantes mais encorpados levarem mais Pinot Noir em sua composição e, os mais leves, mais Chardonnay.

Confira alguns rótulos com este corte:


Corte GSM

Como indica a sigla, nesta técnica mistura-se as uvas Grenache, Shiraz e Mourvèdre. Típica da região do Sul da França do Vale do Rhône, criou os rótulos Côtes du Rhône e o Châteauneuf-du-Pape, um dos mais célebres do mundo, podendo contar com até 14 variedades de uva em suas composição. Esses exemplares são concentrados, potentes, possuem aromas complexos, acidez refrescante e taninos evidentes.

O corte GSM dá origem a vinhos muito macios, frutados e de corpo robusto, podendo ser consumidos ainda bastante jovens. É um método muito comum nas produções californianas e australianas.

Confira alguns rótulos com este corte:


Corte Chianti 

Esse corte é distinguido por seus sabores arrojados que incluem uma variedade de notas, desde sabores frutados como cereja e ameixa até os sabores mais escuros de amêndoas e café. Um dos vinhos mais emblemáticos da Itália também é um vinho de corte. Produzido na Toscana, na cidade de Chianti, esse vinho é elaborado com uma proporção de até 90% da uva Sangiovese e combinado com outras castas locais, tanto brancas quanto tintas, como a Canaiolo Nero e a Trebbiano.

Confira alguns rótulos com este corte:


Vinhos varietais X Vinhos de corte

Para um vinho ser considerado varietal, é preciso haver de 75% à 90% de uma única qualidade de uva. Ao fazer uma mistura utilizando essa técnica, o enólogo representa, na bebida, todas as caracteristicas e nuances da região de plantio da vinheira e os vinhos elaborados desta maneira levam apenas uma uva em seu rótulo. Alguns exemplos de bons vinhos varietais são os Malbec, Merlot e Chardonnay sendo, em Borgonha – França, um dos locais mais reconhecidos no mundo por produzir este tipo de vinho, seguidos por Chile, Estados Unidos, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia, Argentina e Brasil.

Frequentemente, os enólogos produzem barris de determinadas uvas exclusivamente para a elaboração de vinhos de corte. Porém, à medida que a colheita começa, os produtores determinam o que acreditam que será a melhor fórmula para a mistura. Como parte disso, alguns barris destinados à mistura podem ser utilizados para a criação de vinhos varietais.


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