A alma do vinho Sauternes é a uva semillion, que ocupa 80% dos vinhedos da região onde ele é produzido.
Os métodos de produção são bastante rigorosos, a começar pela colheita das uvas, feita manualmente, bago por bago. O grande detalhe é que só são retiradas as uvas super maduras, já amolecidas depois de serem atacadas pelo fungo Botrytis cinerea.
Esse micro-organismo perfura a pele das uvas, causando grande perda de água e deixando a sumo da fruta com alta concentração de açúcar e sabores. Esse processo é “podridão nobre”.
Para ter a denominação Sauternes, o vinho necessita ter nível alcoólico de 13%, mas não há regulamentação para a quantidade residual de açúcar. O aroma dessa bebida combina frutas exuberantes e notas florais com toques de mel, cera de abelha, especiarias e amêndoas. Os vinhos Sauternes são ao mesmo tempo encorpados e aveludados, com ótimo equilíbrio entre acidez e doçura.
A bebida harmoniza muito bem com pudins e sobremesas de frutas não ácidas, como creme de papaia e doce de abóbora. É ainda ótima combinação para degustar com queijos fortes como gorgonzola e roquefort, principalmente se o vinho for servido bem gelado, o que amplia seu potencial.
Abaixo alguns rótulos desta iguaria
Thomas Barton Réserve Sauternes
Com um rótulo finíssimo e de alta qualidade, o vinho Thomas Barton Réserve Sauternes AOC, é um exemplar típico e marcante, perfeito para ser apreciado em diversas ocasiões.
Este vinho de cor amarelo palha, apresenta aromas de mel, frutas tropicais, damasco e geleia de laranja. Em boca revela-se intenso e encorpado, com textura cremosa.
Ideal para acompanhar foie gras, roquefort e crème brûlée.
Petit Guiraud Sauternes
Fundadora do Château moderno, a família mercantil “Guiraud” constrói o mistério do Château Guiraud. A sua capela protestante proclama a confissão da família e da sua fé perante um mundo que olha para Roma. A propriedade leva o nome de Château Guiraud e reivindica um rótulo preto que santifica os valores protestantes e republicanos. A marca torna-se assim a mais antiga de Bordéus com os mesmos códigos desde a sua criação. Em três gerações, a propriedade tornou-se um Grand Cru de prestígio, consagrado o 1º Grand Cru Classé em 1855 durante a classificação imperial ordenada por Napoleão III.